
O “pergunte à Billboard”, é uma seção do site de paradas musicais americanas Billboard, onde dúvidas sobre o mundo musical são respondidas semanalmente, dessa vez, um Little Monster da Polônia foi o escolhido pela redação do site e da revista. Confira agora na íntegra, a tradução.
Nas perguntas e respostas dessa semana: a era “Born This Way”.
“Pergunte à Billboard” é atualizado toda semana. E como sempre, envie suas dúvidas sobre as paradas da Billboard, vendas e execução nas rádios, assim como perguntas a respeito de música em geral, para askbb@billboard.com. Por favor não se esqueça de colocar seu nome e sobrenome, sua cidade, estado e país, se estiver fora dos EUA.
O “Born This Way” da Lady Gaga foi uma decepção?
Olá Gary,
Semana passada, o disco “Born This Way”, da Lady Gaga, saiu da parada da Billboard dos 200 discos mais vendidos. Pelo menos a Gaga já está nos provocando com notícias de um disco novo.
Você acha que a era de “Born This Way” foi uma decepção, se comparada a era de “The Fame” e seu posterior, a era de “The Fame Monster”?
E também, você poderia por gentileza presentear os Little Monsters com a atualização das vendas na tabela Nielsen SoundScan dos discos da Gaga e dos singles mais vendidos?
Saudações,
Krzysztof Gorecki
Lublin, Polônia
Olá Krzysztof,
Depois de 53 semanas na parada, o “BTW” partiu, tendo passado suas duas primeiras semanas no primeiro lugar e vendido 2.2 milhões de cópias até agora nos EUA. Está certo que as vendas da primeira semana – 1.1 milhão – foram ajudadas por uma promoção que descontava 99 centavos de dólar no AmazonMP3 durante um dia. Porém, mesmo assim o disco vendeu 446 mil cópias físicas naquela semana, 153 mil a mais do que o segundo colocado, o “This Is Country Music”, do Brad Paisley, vendeu ao todo; então, o “BTW” teria ficado em primeiro lugar nos EUA mesmo sem a promoção da Amazon.
(Por falar nisso, o “BTW” estreou no topo da parada Billboard 200 em 11 de junho de 2011, então, parabéns pelo primeiro aniversário, atrasado um dia, desde que “BTW” nasceu.)
Primeiro, respondendo a sua questão sobre vendas, o total dos outros dois lançamentos de Gaga: “The Fame” vendeu 4.4 milhões nos EUA, e “The Fame Monster” vendeu 1.5 milhão nos EUA também.
E a respeito dos downloads mais vendidos, aqui estão os 10 mais (já que ela lançou 10 singles que alcançaram 2 milhões ou mais):
6.7 milhões, “Poker Face”
6.6 milhões, “Just Dance,” featuring Colby O’Donis
5.2 milhões, “Bad Romance”
3.7 milhões, “Born This Way”
3.3 milhões, “Paparazzi”
3.2 milhões, “Telephone,” featuring Beyonce
2.6 milhões, “The Edge of Glory”
2.5 milhões, “LoveGame”
2.4 milhões, “Alejandro”
2 milhões, “You and I”
Agora, a grande questão: a era do “Born This Way” foi um sucesso?
Acho que, não importa qual seja sua definição de “sucesso”, ficar um ano na parada da Billboard 200, vender 2.2 milhões de cópias só nos Estados Unidos e ter seis hits no topo da Billboard Hot 100, incluindo um hit por seis semanas no primeiro lugar e outros três entre os 10 primeiros parece muito bom, não?! “BTW” também foi o 3º disco mais vendido da parada da Billboard americana durante o ano de 2011, perdendo apenas para o “21” da Adele, e o “Speak Now”, da Taylor Swift.
No entanto, comparado ao “The Fame” e ao “The Fame Monster”, o disco teve alguns percalços nas rádios, já que apenas a faixa-título chegou ao topo das paradas de música pop – depois de Gaga ter tido sete de seus oito singles de começo de carreira nos primeiros lugares. Contra tal estréia, qualquer coisa abaixo do primeiro lugar parece um pouco decepcionante. Porém, esse ritmo não poderia ser mantido por muito tempo. Até mesmo artistas como The Beatles, Michael Jackson e Madonna não obtiveram o primeiro lugar com todos os singles que lançaram.
Na verdade, Gaga pode ter sofrido de superexposição nas rádios desde sua chegada ao estrelato em 2008, até “BTW”. Com as emissoras ainda tocando muitos de seus primeiros hits, os programadores podem ter pensado que seria mais seguro colocar as faixas mais conhecidas no ar ao invés de, digamos, “Judas” ou “Marry the Night”. Mas é claro que, se os ouvintes tivessem pedido por essas músicas, as emissoras teriam as tocado com mais frequência. Ao invés disso, as faixas estacionaram nas posições 15 e 14, respectivamente, na parada de músicas pop.

De fato, essa questão me faz lembrar a discussão sobre a derrota dos Boston Celtics contra o Miami Heat (respire fundo…) na Final da NBA’s Eastern Conference no fim-de-semana. As rádios que falam de esporte estão discutindo se o período de cinco anos dos Celtics com as estrelas Paul Pierce, Kevin Garnett e Ray Allen, que se juntaram ao time em 2007, deve ser considerado um sucesso, considerando que eles ganharam “apenas” um campeonato durante esse tempo (em 2008).
Alguns comentaristas disseram que não consideram o período um sucesso total porque acham que o time era bom o bastante e podia ter ganho mais de um campeonato. (Nós, fãs dos Celtics, estamos mal-acostumados: o time já ganhou oito títulos consecutivos entre 1959 e 1966). É a mesma visão que persegue o time de baseball Atlanta Braves, que venceram somente um campeonato da World Series (em 1955), apesar de terem sido campeões na sua divisão por 14 temporadas consecutivas. Ou Ted Williams, que ganhou seis títulos como melhor batedor na American League, mas nunca venceu um campeonato. E LeBron James, jogador do Miami Heat, que ganhou o título de Melhor Jogador da NBA por três vezes, mas nunca um campeonato.
Portanto, o sucesso pode ser considerado uma decepção? Eu diria que existem graus de sucesso; não se trata de “preto no branco”.
No geral, prefiro celebrar os trunfos a tentar encontrar os fracassos neles. Uma coisa é um artista ou disco – ou um time ou um jogador – nunca chegar ao primeiro lugar (em esportes, nunca ser o melhor de sua categoria) na vida. Outra coisa é chegar ao topo. Imagine, nenhum outro conseguiu tal conquista durante aquele período, portanto é mais produtivo enaltecer a conquista.
(Poderíamos levar em consideração também a Beyoncé, parceira de Gaga em “Telephone”, e seu último disco, “4”, que não chegou a ter um single que ficou entre os 10 primeiros lugares na parada da Billboard Hot 100, isso, logo após o sucesso do seu disco anterior, o “I Am… Sasha Fierce” que, ficou terminour em 4º lugar na parada de álbuns do ano.
Porém, “4” rendeu a Beyoncé elogios por ter explorado mais a fundo o R&B tradicional, e ainda ter ficado nas primeiras posições da parada da Billboard 200 mesmo com a mudança de estilo, além de ter nos dado a canção “Love On Top”, que ficou em 1ª lugar por sete semanas na parada de R&B/Hip-Hop).
Quanto a própria Gaga? Ela, por outro lado, consegue ver o lado positivo de todo trabalho duro em busca da glória.
“Às vezes, as pessoas se sentem melhores consigo mesmas quando depreciam outras ou tiram sarro ou zombam do trabalho delas.”disse ela durante um show na Nova Zelândia durante o fim-de-semana.
“Eu não me sinto melhor com isso de jeito algum. Isso só me faz pensar que não estou sendo legal, ou não sou uma pessoa boa.”
“Acho que, se você é uma pessoa bacana, você vai tentar encontrar a beleza em cada um, não importa como.”
Créditos: LGBR


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